Dólar fecha em leve baixa após oscilar no último pregão do ano; Ibovespa sobe Moeda americana encerra o ano acima de R$ 6 pela primeira vez, em meio a preocupações com contas públicas e incertezas externas O dólar comercial operou com volatilidade na última sessão do ano,
fechando a segunda-feira (30) cotado a R$ 6,1809, após atingir a máxima de R$ 6,2192. No acumulado de 2024, a moeda registrou alta de 27,5% frente ao real,
reflexo das crescentes preocupações com o cenário fiscal brasileiro e fatores externos que fortaleceram a moeda norte-americana. Dados do Banco Central (BC) divulgados nesta segunda (30) mostram que o setor público consolidado registrou um déficit primário de R$ 6,6 bilhões em novembro,
abaixo do resultado de R$ 37,3 bilhões no mesmo período de 2023. Apesar da melhora anual, as estatais apresentaram números negativos, com déficit acumulado de R$ 6 bilhões no ano, apontando para o pior desempenho da série histórica iniciada há 15 anos.
No cenário macroeconômico, a dívida líquida do setor público caiu para 61,2% do PIB, mas as previsões de inflação para 2025 foram ajustadas para cima no Boletim Focus, com o IPCA estimado em 4,96%,
acima do teto da meta de 4,5%. A combinação de incertezas internas, incluindo dúvidas sobre a eficácia do pacote fiscal e as reformas anunciadas pelo governo, e um cenário externo desafiador, como a política monetária restritiva nos Estados Unidos, contribuiu para a desvalorização do real.
Intervenções do Banco Central brasileiro, que somaram US$ 30,77 bilhões, tiveram impacto limitado no câmbio.
Na B3, o Ibovespa encerrou o ano em queda acumulada de 10,37%, refletindo a cautela dos investidores. Na sessão desta segunda (30), o índice subiu 0,22%, aos pontos.
Além disso, a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA e tensões geopolíticas, como a guerra na Ucrânia e conflitos no Oriente Médio, também influenciaram a valorização do dólar,
consolidando um ano marcado por fortes pressões cambiais e volatilidade nos mercados.